O Vila Auricchio tem o único propósito de mostrar para o mundo meu lado mais feio e nazista.
Por essa razão, juro que tenho evitado fazer deste espaço um depósito de minhas ideologias esquerdistas. Primeiro, porque o termo está fora de moda e, em segundo, quem me conhece sabe: a postura política que adoto desde os tempos de menina é bem clara, mas bastante lúcida, se me permitem a falta de modéstia.
Ultimamente, contudo, tem emergido da sociedade brasileira um tipinho que sempre me incomodou: os politizados de ocasião. Basta uma notícia de “escândalo” pra bradarem suas indignações aos quatro ventos.
Engraçado. Esses são os mesmos que votam no Maluf, que viam vantagens no governo da junta militar, que elegeram o Collor, que juram de pé junto que o intolerante do Fernando Henrique foi limpo e democrático, que mantêm o Sarney em Brasília há mais de 30 anos e que têm a coragem de dizer que ninguém presta.
Deus, a quem querem enganar?
Se ninguém presta, então o bigode é só mais um. E, pior, isso não é novidade nenhuma. O que mudou agora pra todo mundo se autoproclamar arauto da honra e dignidade brasileiras? As falcatruas dele são piores que o imposto que você sonega? Que o jeitinho que você dá pra assistir TV a cabo? Que a fila que você fura? Que o seu carro estacionado só 2 minutinhos em local proibido? Realmente, é um alento quando vemos alguém pior que nós.
Têm o direito de reclamar? Claro. Têm o dever de interferir na realidade? Óbvio. Mas não o fazem, só bradam.
Por que o brasileiro é assim? A classe alta, porque não tem o menor interesse em mudança. A classe média, porque só luta por privilégios e não por direitos, que implicam em deveres. E os pobres, porque jamais tiveram chance.
É esse o comportamento padrão da nossa sociedade, que NUNCA passou por nenhuma transformação efetiva.
Que tal passarmos da indignação óbvia pra atitudes transformadoras? E não me venham com apelidinhos de Messenger, posts de Twitter, abaixo assinado eletrônico ou qualquer coisa que o valha.
O Brasil está cheio de problemas e corrupções. Vamos esperar passar na TV pra fingir que vamos fazer alguma coisa? Sinceramente, acho que não precisamos do William Bonner ou da Fátima Bernardes pra isso.
Por fim, espero que o Vila Auricchio ainda tenha algum leitor.
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3 comentários:
eu odeio quem odeia o sarney no twitter
Eu voto no Maluf, com as duas mãos
muito bom seu texto!!!
traduz exatamente o que está acontecendo agora nessa época de eleição... é tanta gente se passando por politizado, mas que certamente irão passar o domingo vendo faustão e esperando ansiosamente pelo próximo big brother.... fora os que sonegam todos impostos possíveis e querem falar do que é ser "correto"... um troféu hipocrisia pra todos!!!
um abraço!
Marcela Teixeira
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