24/08/2009

Aqui jaz um blog

O Vila Auricchio tem o único propósito de mostrar para o mundo meu lado mais feio e nazista.

Por essa razão, juro que tenho evitado fazer deste espaço um depósito de minhas ideologias esquerdistas. Primeiro, porque o termo está fora de moda e, em segundo, quem me conhece sabe: a postura política que adoto desde os tempos de menina é bem clara, mas bastante lúcida, se me permitem a falta de modéstia.

Ultimamente, contudo, tem emergido da sociedade brasileira um tipinho que sempre me incomodou: os politizados de ocasião. Basta uma notícia de “escândalo” pra bradarem suas indignações aos quatro ventos.

Engraçado. Esses são os mesmos que votam no Maluf, que viam vantagens no governo da junta militar, que elegeram o Collor, que juram de pé junto que o intolerante do Fernando Henrique foi limpo e democrático, que mantêm o Sarney em Brasília há mais de 30 anos e que têm a coragem de dizer que ninguém presta.

Deus, a quem querem enganar?

Se ninguém presta, então o bigode é só mais um. E, pior, isso não é novidade nenhuma. O que mudou agora pra todo mundo se autoproclamar arauto da honra e dignidade brasileiras? As falcatruas dele são piores que o imposto que você sonega? Que o jeitinho que você dá pra assistir TV a cabo? Que a fila que você fura? Que o seu carro estacionado só 2 minutinhos em local proibido? Realmente, é um alento quando vemos alguém pior que nós.

Têm o direito de reclamar? Claro. Têm o dever de interferir na realidade? Óbvio. Mas não o fazem, só bradam.

Por que o brasileiro é assim? A classe alta, porque não tem o menor interesse em mudança. A classe média, porque só luta por privilégios e não por direitos, que implicam em deveres. E os pobres, porque jamais tiveram chance.

É esse o comportamento padrão da nossa sociedade, que NUNCA passou por nenhuma transformação efetiva.
Que tal passarmos da indignação óbvia pra atitudes transformadoras? E não me venham com apelidinhos de Messenger, posts de Twitter, abaixo assinado eletrônico ou qualquer coisa que o valha.
O Brasil está cheio de problemas e corrupções. Vamos esperar passar na TV pra fingir que vamos fazer alguma coisa? Sinceramente, acho que não precisamos do William Bonner ou da Fátima Bernardes pra isso.

Por fim, espero que o Vila Auricchio ainda tenha algum leitor.

20/08/2009

Fui até ali. Mas já volto

Mais uma vez, deixei a Vila Auricchio em segundo plano.

Além da preguiça costumeira, tenho trabalhado mais do que gostaria. Para completar, adicione a esses motivos o fato da minha recente colaboração no discoblog de um camarada, dado o meu abissal conhecimento e refinado gosto musical.

Não por nada, é bem mais fácil quando a parada não é sua. Afinal, ninguém dá o melhor de si pros outros. Pelo menos é com essa política que trabalho.

Além do mais, minha autocrítica não permite despejar aqui as baboseiras que tenho largado .

Funciona mais ou menos assim: escolho um álbum, faço upload no primeiro disco virtual que resolver colaborar comigo, compartilho a URL com quem por ele se interessar e escrevo poucas, espirituosas e elogiosas palavras às músicas nele contidas.

Simples como contribuir com a pirataria digital.

04/08/2009

Pequenos desastres domésticos III

Primeiro, compre um pão italiano, daqueles filões capazes de alimentar uma pequena família. No dia seguinte, com os dois terços que sobraram, corte estreitas fatias com a faca de serra. Coloque-as lado a lado em uma assadeira.

Em cada uma das rodelas de pão, acrescente alho esmagado, azeite português extra-virgem e orégano. Introduza a travessa em forno pré-aquecido.

Pronto. É só deixar lá dentro para sempre e se lembrar das suas deliciosas torradinhas no exato momento em que elas se transformaram em carvão.

Que sabor!