30/06/2009

Serviço de utilidade pública

Há algum tempo, vários banheiros de uso coletivo deste meu Brasil passaram a instalar um equipamento ímpar em suas paredes. Normalmente, ele está localizado estrategicamente entre os lavabos e a porta de saída (que também serve de entrada, na maioria dos casos).
Menor que um telefone público, este apetrecho possui uma espécie de tromba metálica que sopra um vento quentinho, quando acionado via sensor de movimento.
Até ontem, desconhecia sua obscura função. Enfeite? Aquecedor de ar? Homogeneizador de membros superiores molhados? Não adianta, minha gente. A última coisa que essa porra faz é secar as mãos. Pode ficar meia hora esfregando uma mão na outra embaixo da bagaça que não adianta. Fatalmente suas calças servirão de toalha.

Maaaaas, eis que a máquina desprezada, finalmente, se mostrou útil. Pelo menos para mim.

Estava eu toda pimpona, recém saída do instituto de beleza, quando fui surpreendida por uma garoa, dessas bem fina e molhada. Cadê o guarda-chuva?? Corri a-lu-ci-na-da-men-te. Gastei uma grana na escova, caralho!
O primeiro abrigo que encontrei foi um restaurante. Fiz cara de coitada e pedi pra usar o banheiro. Permissão concedida, fui direto ao espelho verificar o estrago. Vi a reflexão uma semitragédia: cabelinhos meio desgrenhados, início de um processo de ondulação que culminaria em algo próximo à Maria Bethânia.
Desprovida de esperanças, vislumbrei o equipamento que sopra o vento quentinho! Alguém tem alguma dúvida do que fiz? Meti a cabeça embaixo da secadora e pronto: madeixas lisas novamente.

E não, ninguém presenciou a cena.


Obrigada pela atenção.

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