Existem poucas coisas mais estéreis do que o período entre o Natal e o Ano Novo. É uma lacuna. É um buraco no contínuo espaço x tempo. Não serve pra porra nenhuma. O comércio funciona precariamente, todos estão em ritmo de férias, até o porteiro do meu prédio resolveu não aparecer. Hoje, só ano que vem. Até dia 5 de janeiro, meu Brasil!
Nem sei por que raios escrevo sobre isso. Quer dizer, sei sim. Como todo cidadão brasileiro, nesse exato momento eu deveria estar aproveitando um engarrafamento rumo à praia ou, ainda melhor, já estar nela transformando-me em um camarão humano, espremendo-me entre centenas de guarda-sóis, disputando um cantinho de sombra e lutando para vencer a dança das cadeiras. Levantou, perdeu, santa.
Em lugar dessas pequenas alegrias de Verão, estou aqui, como uma funcionária submissa, em meu local de trabalho.
“Não tem job? Sem problema. Vem mesmo assim. Eu mando em você! Ha Ha Ha Ha*.”
Tudo bem. Eu até venho, mas saiba desde já que farei de sua empresa uma lan house. Ha Ha Ha Ha**. Faço questão de tomar café até ficar alucinada, entupir meu PC com arquivos piratas baixados da internet, congestionar a rede, imprimir e-mails e mais e-mails sem necessidade, entre outras pequenas subversões para abrandar meu descontentamento.
Feliz Ano Novo a todos.
*Risada maléfica do patrão
**Risada vingativa da funcionária
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2 comentários:
sensacional!
voltou com tudo hehe
boa, sua estressadinha do caralho!
fode o caporrino.
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