17/09/2008

Transporte Coletivo, a utopia de um lugar melhor (revisto e ampliado)

A sociedade moderna e capitalista obriga-nos a passar por incontáveis situações desagradáveis. Trabalhar é uma delas. Ir ao trabalho de ônibus é outra.Não sou de me queixar, nem nada. A experiência de longa data a bordo do transporte público paulistano ensinou-me uma série de estratagemas para tornar mais toleráveis as horas que passo em coletivos.Esperar quantos ônibus forem necessários, até passar um com lugar vago. Evitar sentar-me em assentos preferenciais. Estar com a bateria do iPod sempre carregada. E, um dos mais importantes, manter-me alheia a acontecimentos exteriores.Entretanto, mesmo com todo esse ardil, a viagem do Parque Dom Pedro à avenida Santo Amaro nem sempre é um agradável passeio.As condições precárias que enfrento diariamente tornaram-me um ser amargo, mas esperançoso. Acredito, de coração, que o transporte público pode ser um lugar melhor para todos.

Algumas questões a serem solucionadas:

- Humanos de idade avançada
Idosos de maneira geral não têm a menor necessidade de utilizar os coletivos nos denominados “horários de pico”, ou seja, bem na hora que você precisa. Eles não pegam fila, eles resmungam, eles sentam onde querem, eles não têm habilidade para subir ou descer degraus, eles deveriam estar mortos ou jogando bingo.

- Desfavorecidos socialmente
Flagelados que poderiam estar matando ou roubando, mas preferem distribuir fotocópias nojentas com a síntese de todo o seu drama de vida. Por favor. Se é pra ter dó de alguém, que seja de mim mesma. Uma sugestão: pensem melhor na possibilidade de matar ou roubar.

- Donas-de-casa e seus barrigudinhos (NEW!)
Deus, como fazem barulho! Tudo começa com a arrancada do motorista, quando a família inteira quase dá de cara no pára-brisa. Observá-los em seu contorcionismo para burlar o pagamento da passagem, então, é um espetáculo à parte. E a escolha dos assentos? Quanta algazarra! Não tenho a menor dúvida: prefiro um camarote no inferno.

- Solitários, suicidas ou chatos mesmo (NEW!)
Não tenho assunto algum para tratar com ninguém. Se me perguntam as horas, eu respondo. Se me pedem informação, forneço. E só. Não te conheço. Não venha falar comigo. Não o ouço. O quê? Hã? Meu iPod está no volume máximo.

- Desorientados (NEW!)
Eu os odiaria mais se não os achasse uns coitados. São Paulo é grande, eu entendo. Contudo, dar sinal para o ônibus e colocar-se a berrar da calçada com o motorista ou entrar no veículo e desesperar-se ao perceber que se optou pelo coletivo errado está acima da minha capacidade de compreensão e paciência com o próximo. Aliás, tente o próximo busão. Quem sabe você não tem mais sorte? Antes que me esqueça: é muito produtivo munir-se de informação antes de sair de casa.

- Pessoas com excesso de tecido adiposo (NEW!)
Gordos. Esse é um problema sério. E aqui não há espaço suficiente para falar sobre ele.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Ai, ai. Acho que vou para o inferno, viu!

4 comentários:

Anônimo disse...

Êeeeee, Lili... adorei!!!!!!!!!!!
Quero maaaais!!!!

Cris Lima disse...

hahahahahahhahahahahahahahha

Anônimo disse...

Se vc vai pro inferno? acho q já está lá... ahahahahahha...
muito bom!

Anônimo disse...

Que bom! voce também vai ficar idoso e, se Deus quizer, vai necessitar de usar transportes coletivos....
Ah não sei não.. Será que no inferno há ônibus, por exemplo?