25/07/2007

Mais uma manhã na residência do proletariado brasileiro

Dia de semana, já passava das 22h. A novela acabara, hora de dormir. Mas o sono não veio. Solução óbvia: canal 51, Discovery Channel. Adormeci na hora. Um viva para as ligações clandestinas! Um viva para os colaboradores da Net que colaboraram comigo mediante pagamento em espécie!
Pela manhã, um sonho com a saudosa Chiquinha, único ser neste planeta que valia alguma coisa, foi bruscamente interrompido, bem no momento em que ela brincava alegremente com sua bolinha verde. Fazer o quê? Acordada sem piedade pelo estridente som do despertador e sem outra alternativa, iniciei minha rotina.
Levantei, verifiquei se era a única em pé e corri para ser a primeira a usar o banheiro. Consegui! “Já liguei o chuveiro!” Ah, negadinha, agora espera.
Fato. A cada dia, esse ritual começa mais cedo. A disputa pela pole position com os demais habitantes de minha residência, vulgarmente chamados de família, é acirrada e nada justa. Chegará o dia em que ninguém dormirá. Ficaremos todos à espreita para flagrar quem fará o primeiro movimento rumo ao cômodo destinado à higiene pessoal.
Casa de podre é assim: se ligar ferro e máquina de lavar, a energia cai; se ligar os dois chuveiros, então, a caixa de luz estoura. Cheiro de queimado em todas as tomadas. Dívida eterna com o eletricista.
Mas hoje o dia foi meu. Triunfante, com o andar petulante dos vitoriosos, cheguei à cozinha para preparar meu néctar dos deuses, meu delicioso achocolatado gelado. Copo, colher, Nescau (não ganhei um puto por isso), açúcar e leite. Leite. Quem foi o lazarento que deixou só um restinho na caixa? Por que não tomou tudo ou jogou fora? Eu ODEIO abrir leite. Merda. Essa eu perdi.

Um comentário:

Cris Lima disse...

HAHAHAHAHA

E o pior é que a indústria tentou resolver esse problema (criando outro), desenvolveram as caixinhas com aquelas tampinhas plásticas, que é só puxar, mas quando vc vai usar pela primeira vez, sempre derrama metade da quantidade prevista para o copo do achocolatado matinal fora do recipiente. Um cú.